O que nós devemos entender por ética?

A ética diz respeito à conduta humana dividida entre o bem e o mal. Mas é muito complicado aplicar esse discurso numa época em que os valores não são mais absolutos. Não posso dizer que o homossexualismo é errado. Não posso nem dizer que, em princípio, o adultério é errado. Todas essas condutas foram relativizadas. Então é por isso que se torna necessário, por um lado, mostrar às pessoas como é importante que elas enunciem seus próprios valores, e não apenas sigam valores impostos por outrem.

É preciso que as pessoas descubram os próprios valores e que sejam coerentes com eles. Devem pensar, também, quais os resultados que tal escolha acarretará para elas e para a sociedade. O meu problema tem sido contestar uma ética de certo ou do errado. Uma ética assim acaba isentando a pessoa da dor e da dificuldade de escolher. Isso é muito ruim. De modo geral, grande parte das pessoas que discutem ética no Brasil exalta a reclamação, a indignação, a crítica, mas não no sentido de definirmos uma alternativa viável por meio de pacto da sociedade e da política. Temos de ir além dessa indagação fácil.


É preciso estabelecer quais os valores éticos que as pessoas estão prontas a assumir. Acho que há valores mais ou menos consensuais, como “não matarás, não roubarás”. Mas o que não podemos fazer em termos éticos é dispensar as pessoas de suas escolhas.


Por Renato J. Ribeiro.


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